Em 2018, Alfredo Gaspar de Mendonça era o adversário a ser batido, apontado como favorito nas eleições para a prefeitura de Maceió – não pelas pesquisas, mas pela grande estrutura que conseguiu montar.
O ex-secretário de Segurança conseguiu unir no seu palanque o ex-governador Renan Filho e o ex-prefeito Rui Palmeira.
Foi uma aliança momentânea e inesperada (de adversários quase ferrenhos), só viabilizada por muita insistência de Gaspar e por concessões de Renan Filho e Rui Palmeira.
Na campanha de Maceió, Gaspar endureceu o tom contra seus principais adversários – aí cabem Davi Davino Filho, JHC, além de aliados e, em alguns casos, familiares deles.
Após a derrota em Maceió, Gaspar foi nomeado mais uma vez para a SSP/AL por RF.
A expectativa do ex-governador (e não só dele) era que Gaspar seguisse em seu grupo. Em dezembro de 2021, no entanto surgiram rumores de que o secretário de Segurança havia acertado para entrar no PP de Arthur Lira – principal adversário de Renan Filho no cenário de hoje.
Os rumores foram desfeitos semanas depois com o anúncio da provável filiação de Gaspar ao PSD de Rui Palmeira. Deixaria um aliado, mas ficaria com outro. Um “gesto”, apesar da visível frustração de Renan Filho, “compreensível”, dada as divergências de Gaspar com o governador na questão nacional (o voto em Lula).
Em meados de março, uma nova reviravolta. Alfredo tem uma conversa com Renan Filho e anuncia a permanência no MDB. Satisfeito, o governador comunicou a alguns interlocutores, à época, que Gaspar era seu “amigo”.
Para Rui Palmeira, foi uma frustração. Ele confessou que Gaspar deixou o compromisso de se filiar ao PSD “sem explicações”.
Há dez dias, nova “surpresa”, Gaspar deixa a SSP antes do previsto e anuncia filiação ao União Brasil, assinando a ficha do partido ao lado de Arthur Lira.
Agora no UB, Gaspar está ao lado de antigos adversários – entre eles Davi Maia e João Caldas. Pode até votar em Renan Filho e Rui Palmeira, pré-candidatos a senador e a governador, por gratidão, mas se seguir as regras não estará com eles na campanha.
No UB, o ex-secretário chega com o compromisso de ser o “puxador” de votos de uma chapa de deputado federal que tem peso para fazer de um a dois federais, dependendo de sua votação.
Entre idas e vidas, aliados e adversários de ontem e hoje, Gaspar depende agora só dele. É esperar para ver como vai se sair desta vez.