Defesa Civil Estadual lança plano de contingência para a quadra chuvosa de 2022

A Defesa Civil Estadual apresentou, na última terça-feira (12/4), o Plano de Acionamento Interestadual para a quadra chuvosa 2022, que vai de 15 de abril a 15 de agosto. O Plano define a competência de cada órgão que integra o Sistema Estadual de Defesa Civil em caso de acidentes naturais provocados pelas chuvas.

A apresentação do plano ocorreu no auditório Aqualtume, no Palácio República dos Palmares, reunindo representantes de todos os órgãos que integram o Sistema de Defesa Civil Estadual (Secretarias de Estado, IMA, Ibama, Cruz Vermelha, Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Samu, Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica -, Coordenadorias Municipais de Defesa Civil, entre outros).

Ao abrir o evento, o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Moisés Pereira de Melo, ressaltou a importância do Plano de Contingência para a quadra chuvosa, já que este ano a previsão é de chuvas acima da média, devido ao fenômeno El Niño. “O que estamos fazendo aqui hoje é falar de prevenção, falar das possibilidades que poderão acontecer. O risco é real, ele existe, mas temos que trabalhar principalmente para enfrentar vulnerabilidades. Se reduzirmos as vulnerabilidades, reduziremos os riscos”, enfatizou o coronel Moisés.

O coordenador da Defesa Civil fez um breve histórico das situações de desastre naturais em Alagoas, como em 1988, 1989 e 2010, quando houve registro de grandes enchentes no Estado. “Em 2017, tivemos uma enchente na zona da mata e litoral, com 38 mil pessoas atingidas, entre desabrigados e desalojados. Na ocasião, fez-se necessário que a Defesa Civil Estadual deliberasse junto aos órgãos integrantes do Sistema de Defesa Civil para uma imediata resposta ao atendimento às famílias atingidas pelas enchentes”, lembrou o coordenador da Defesa Civil.

O chefe do Setor de Desastres Naturais da Defesa Civil Estadual, capitão Douglas José de Oliveira, explicou que o Plano de Contingência envolve as Secretarias Estaduais, órgãos federais e Forças Armadas, que são acionados para dar respostas a desastres naturais não suportados pelos municípios. “O plano de acionamento interestadual é uma forma de organizar cada órgão para saber o que deve fazer em caso de registro de acidentes naturais”, observou o capitão Douglas.

O plano é dividido em três hipóteses: na primeira, em caso de chuvas de baixa a média intensidade, deve atuar o Grupo Operacional, formado pelo Corpo de Bombeiros, Samu, Polícia Civil, Polícia Militar e Coordenadorias Municipais de Defesa Civil; na hipótese II, chuvas de média e alta intensidade, além do grupo operacional, o Centro de Gerenciamento de Riscos e Desastres da Defesa Civil Estadual acionará os grupos de trabalho do Sistema de Defesa Civil; e, na hipótese III, de chuvas de alta intensidade, serão acionados todos os órgãos que integram o Sistema de Defesa Civil Estadual.

De acordo com o coordenador da Sala de Alerta Estadual da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Vinícius Nunes Pinheiro, esse ano a previsão é de chuvas acima da média na região Nordeste devido ao El Niño, fenômeno atmosférico-oceânico que provoca o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico tropical, influenciando bastante a distribuição da temperatura da superfície da água e, consequentemente, o clima de várias regiões do mundo.

“O efeito El Nino provoca a mudança do regime de ventos, trazendo mais umidade da Amazônia para a região Nordeste, o que deve provocar chuvas acima da média”, explica Vinícius Pinheiro. “No ano passado, estávamos sobre o efeito do fenômeno La Niña, que levou a umidade da Amazônia para a região Sudeste, o que provocou fortes chuvas naquela região”, acrescentou.

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