O Sindicato dos Funcionários da Câmara Municipal de Maceió (SIFCMM) realizou assembleia na manhã da última terça-feira (12) para discutir as propostas apresentadas pela Mesa Diretora do parlamento-mirim da capital alagoana. Segundo o presidente da entidade, Antônio Pessoa, os servidores efetivos já estão há 3 anos sem reajuste salarial.
“Estamos há três anos sem reajuste e nossa defasagem salarial é 20,64%. Isso contando somente até fevereiro deste ano, sem o mês de março. Estamos mostrando à Mesa Diretora da Casa o que os servidores efetivos estão passando. Precisamos reajustar nossos salários. Hoje tem muito servidor tomando empréstimos, o que não ocorria antes. Os preços de tudo têm aumentado”, comenta Antônio Pessoa.
O presidente do SIFCMM ressalta que o pleito da categoria nem é o total defasado, mas o mesmo reajuste dado os servidores comissionados. “Pouco mais de 13%”. Ele também destaca a discrepância entre efetivos e comissionados na Câmara Municipal de Maceió: 150 efetivos a 500 comissionados.
“Muita gente pensa que os servidores da Câmara Municipal possuem salários altos, acima de 20 mil reais, mas isso não é verdade. Os poucos que possuem salários mais altos são os procuradores da Casa, o que é justo e mesmo assim ele também têm de ter seus reajustes salariais”, comenta Antonio Pessoa.
O dirigente sindical ainda reforça que o diálogo com a Mesa Diretora da Casa de Mário Guimarães tem sido “agradável”, “mas a gente precisa que se olhe também para os servidores efetivos, até porque no final do ano passado houve aumento de 25 cargos em comissão e de 4 novas vagas de vereadores. Se vem novos vereadores, vem tudo junto, os cargos em comissão, não é? Isso é problemático para a gente porque a ficamos lá no ‘finalzinho’. Achamos que há uma preferência pelos servidores comissionados”.
“É dado para os servidores comissionados algo que não é dado para os efetivos. Não queremos que nada retirado dos comissionados, queremos o mesmo tratamento”, completa Antonio Pessoa.
O presidente do SIFCMM destaca a negativa da categoria para a proposta feita pela Mesa Diretora da Câmara Municipal.
“Até 7 mil reais, 10%; de 7 mil reais a 10 mil reais, 7%; e acima disso, 5%. Se somar tudo isso em porcentagem, não chega a 8% e isso não é justo. A inflação ‘come’ tudo. Estamos com mais de 20% de defasagem”, reclama ao tempo que enfatiza que uma paralisação da categoria não está prevista.
“A gente não quer isso [paralisação]. A gente precisa conversar e estamos conversando há dois meses com a Mesa Diretora, mas a Mesa precisa entender que também precisamos de reajustes e não só os comissionados. Acredito no diálogo com esta Mesa. Mas, infelizmente, não chegarmos a um acordo, aí vamos discutir a possibilidade de paralisação. Espero que a Mesa Diretora entenda que nosso pleito é abaixo da nossa defasagem. Pedimos cerca de 13%, o mesmo dado aos comissionados”, diz Antônio Pessoa.
O orçamento para a Câmara Municipal de Maceió aprovado para 2022 foi de R$ 77,7 milhões. No ano anterior foi de R$ 72 milhões.
A reportagem contatou a assessoria de comunicação da Casa de Mário Guimarães, mas a única resposta foi a de que os servidores “vão avaliar a proposta apresentada pela presidência [da Câmara Municipal, vereador Galba Netto (MDB)]”.