Infectologista revela possível surto nos casos de dengue em Alagoas

Infectologista Mardjane Lemos entrevistada pelo Jornal de Alagoas, revela um possível surto nos casos de dengue no estado de Alagoas por causa da curva endêmica dos últimos 3 anos e do elevado crescimento no número de casos nos últimos meses.

Com uma população estimada de 3.365.351(dados do IBGE), Alagoas vem registrando o crescimento nos últimos três meses de casos de dengue. De acordo com as informações divulgadas pela Secretaria de Saúde de Maceió (SMS), só na capital alagoana o número de casos notificados cresceu 86,11% entre os meses de janeiro a março, em relação a 2021.

Desde o início de 2022, foram notificados 134 casos suspeitos da doença, sendo 116 já confirmados. Os outros 18 casos ainda seguem em análise. Segundo outra pesquisa realizada pela SMS, os bairros que concentram o maior índice de casos são os de Cruz das Almas, Pajuçara e Farol.

Tal taxa deixa o estado entre os três com maior incidência de pessoas infectadas no Nordeste e a quarta maior do Brasil.

Sintomas da dengue

Os principais sintomas da dengue são febre alta, maior que 38.5ºC, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Ao apresentar qualquer sintomas citados acima, o paciente precisa procurar um serviço de saúde para diagnosticar e tratar adequadamente a doença.

Diagnóstico

De acordo com a infectologista, Mardjane Lemos, presume-se que pacientes apresentando febre repentina que permanece alta por 2 a 7 dias, manifestações hemorrágicas, hepatomegalia, mais trombocitopenia (≤ 100.000/mcL) ou hemoconcentração (>20%), tenham a doença.

Dessa forma, podem ser obtidos hemograma completo, testes de coagulação, análise de urina, testes hepáticos e testes de sorologia para dengue.Os exames diagnósticos incluem teste sorológico nas fases aguda e convalescente, detecção de antígenos e detecção do genoma do vírus por PCR. Os testes de neutralização por redução de placas são mais específicos e são considerados o padrão ouro do diagnóstico sorológico.

A infectologista explica que não existe tratamento específico para dengue, contudo os sintomas como combater a febre, dores, desidratação que em casos mais graves pode ser combatidos com hidratação intravenosa. Quanto à prevenção, existem vacinas para a dengue apesar de não serem tão difundidas no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a introdução delas em áreas geográficas com alto índice da doença e em pessoas que já testaram positivo. Contudo, o principal método usado no país é o combate ao mosquito, combatendo criadouros com o apoio da comunidade.

Transmissor

Transmissor de doenças como a dengue, a febre amarela, a chikungunya e a zika vírus, o Aedes aegypti, diferente do que muita gente acha, tem os dois gêneros (o masculino e o feminino), sendo que o único agente transmissor a fêmea, pois precisa do sangue para o amadurecimento dos ovos.

 O zica vírus transmitido pelo Aedes aegypti quando infectam mulheres grávidas pode causar microcefalia no feto durante os três primeiros meses de gestação.

Sem tratamento específico, a microcefalia, que é uma má formação congênita, que pode ser resultado de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação, pode também ter uma relação entre o vírus Zika, coisa que foi confirmada pelo Ministério da Saúde. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez, mas os casos ainda estão em fase de investigação para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, é o que informa um documento divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul.

Como evitar o aumento dos casos


1-evitar água parada em pequenos objetos, pneus, garrafas e vasos de planta;
2-manter a caixa d’água sempre fechada;
3-realizar limpezas periódicas; vedar poços e cisternas;
4-descartar o lixo de forma adequada.

No município de Maceió, a população também pode contar com o serviço de Disque Dengue, por meio do número 3312-5495.

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