Cerca de R$ 15 mil são gastos pela Prefeitura de Maceió por mês com tampa de bueiro

Cerca de R$ 15 mil são gastos pela Prefeitura de Maceió por mês com tampa de bueiro removida indevidamente pela população. Nesta segunda-feira (2), a garota Wellen Cristina Tavares dos Santos, de 11 anos, caiu numa boca de lobo e foi sugada pela água da chuva no conjunto habitacional Maceió 1, sendo encontrada com vida, aproximadamente um quilômetro adiante do local de onde sumiu.

Apesar do susto de horas aguardando por notícias da filha, os pais de Wellen estão aliviados e agradecidos a Deus e aos populares que não hesitaram nas buscas pela garota. A menina saiu do bueiro com a ajuda de homens que moram no conjunto residencial e recebeu atendimento de uma equipe do Corpo de Bombeiros. Ela teve pequenas escoriações nas pernas e braços, está bem e não precisou de outros atendimentos mais complexos.

Flagrante de bueiros destampados pela população

A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) informou que uma equipe de manutenção de vias esteve no local ontem, isolou a área e constatou que moradores retiraram cerca de seis tampas de poços de visita para aumentar a vazão da água da chuva, o que não deve ser feito, pois traz riscos de acidentes. Os técnicos da Secretaria recolocaram as tampas nos devidos locais e orientaram a população.

Para o urbanista Daniel Moura, o fato dos furtos de tampas de bueiros diz respeito a uma questão social, da situação que o país vem passando. “As pessoas não roubam apenas tampas de bueiro, roubam também fios de postes. Mas qual a solução? Eu realmente não sei. As tampas de bueiro são instaladas tanto aqui quanto no Japão. Mas se a gente tem que se preocupar que aqui as tampas vão ser roubadas, isso indica que aqui há uma grande desigualdade social para a qual não podemos fechar os olhos”, destacou.

“Sobre os bueiros, principalmente aqueles que ficam entupidos de lixo e causam alagamentos em dias de chuvas, seria importante que a Prefeitura realizasse campanhas educativas para orientar a população sobre a destinação correta do lixo. Lembro quando criança, que a Kátia Born era prefeita (pelo mesmo partido do atual prefeito) e eu via muitas campanhas na mídia falando sobre a necessidade de separar o lixo orgânico do inorgânico, que eles chamavam de “lixo seco e lixo molhado””, pontuou.

Ele disse que as campanhas neste sentido marcaram muito sua infância e é por isso que hoje faz coleta seletiva em casa. “Tenho um minhocário para decompor o lixo orgânico. Mas infelizmente a gente não vê nenhuma campanha da Prefeitura. Sei que existem algumas cooperativas que fazem a coleta do lixo reciclável, mas não vejo campanhas da Prefeitura estimulando que mais pessoas façam a seleção e destinação correta do seu lixo”, criticou.

Daniel Moura salientou que a coleta e destinação do lixo é um dos itens que absorve a maior parte dos recursos do orçamento municipal e, por esta razão, que quando a população diminui a necessidade da Prefeitura em coletar o lixo, tratando seu próprio lixo em casa, como faz, não recebe nenhum estímulo da Prefeitura.

“É algo que fica à mercê da consciência ambiental de cada um. A Prefeitura não assume nenhuma responsabilidade sobre o assunto. Apenas coleta o lixo das pessoas e destina para o aterro sanitário. Quanto mais lixo a população produz, mais as empresas de coleta de lixo ganham. Talvez seja justamente por isso que não haja interesse da Prefeitura em mudar essa situação”, concluiu o urbanista.

Riscos em remover tampas de bueiro

A Prefeitura de Maceió alerta para retirada de tampas de poços de visita, popularmente conhecidos como bueiros. A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) tem realizado diariamente a recolocação destes equipamentos removidos indevidamente pela população.

“Temos identificado diversos casos de poços de visita destampados, o que causa sérios riscos para os pedestres. Diariamente, as equipes de limpeza e desobstrução de galerias fazem a recolocação de tampas. Pedimos que a população não destampe os equipamentos, pois esta atitude traz grandes riscos a todos”, disse o coordenador geral de Drenagem, Gabriel Rodas.

Em caso de denúncias, o maceioense pode entrar em contato por meio do telefone 156 e pelo aplicativo de mensagens WhatsApp no número (82) 98882-8165.

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