Em quatro meses, Alagoas registra 2.870 notificações de casos de dengue, aponta Sesau

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), de janeiro a abril de 2022, Alagoas notificou 2.870 casos de dengue. No mesmo período do ano passado foram 491 casos. Já durante todo o ano de 2021 foram 6.357 registros.

O levantamento da Sesau aponta que em 2021, foram duas mortes confirmadas pela doença, já este ano não há registros de óbitos.

Nessa segunda-feira (02), o Ministério da Saúde (MS), havia divulgado que em apenas uma semana o estado de Alagoas havia notificado 349 casos de dengue. O mesmo levantamento, com a Semana Epidemiológica (SE) até o dia 16 de abril, o estado já tinha 1.397 notificações. Já o último boletim epidemiológico do dia 23 do mesmo mês aponta 1.746 casos.

Ainda de acordo com o ministério, a situação de Alagoas não é difere das demais Unidades da Federação (UF) já que o Brasil vive um surto que já se igualou ao total de casos notificados em todo o ano anterior, em apenas quatro meses. O levantamento do MS aponta que até o dia 23, foram 542 mil casos no Brasil. Apenas dois casos a menos do que em todo ano de 2021 que somou 544 mil casos.

Para o infectologista Fernando Maia, a dengue acabou ficando esquecida durante a pandemia da Covid-19, mas nunca sumiu. ”Está voltando junto com a chikungunya e zika, que também tem aumentado o número de casos. As pessoas relaxaram na prevenção, acumulando água em casa e descuidando em relação ao aparecimento de criadouros: copos, latas, garrafas, pneus etc”, comenta.

Infectologista Fernando Maia, avalia que a pandemia da Covid-19, fez a população relaxar em relação ao Aedes aegypti (Sandro Lima/Arquivo)



SINTOMAS DA DENGUE

De acordo com o infectologista, os sintomas são bem conhecidos. ”Geralmente, o primeiro sintoma da dengue é a febre alta entre 39° a 40° que tem início repentino e dura entre dois a sete dias, cefaleia principalmente atrás dos olhos, manchas no corpo, mialgias, sangramentos, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza e outros”, pontua Maia.

Assim como Maia, a infectologista Sara Dominique também acredita que de fato houve um relaxamento por parte da população, mas ela ressalta que a dengue é uma doença de período, por isso, existe maior notificação nessa época. ”De maneira geral as pessoas voltaram à vida habitual, inclusive a proteção contra Covid-19 quanto ao uso de máscaras tem uma adesão questionável com a frouxidão das medidas de restrição social. A dengue sempre ocorreu na maior parte dos anos, em surtos no Brasil, contudo é uma doença endêmica, que ocorre durante todo ano. Há esse aumento de casos agora devido ao período do ano em que se espera aumento dos casos conforme anos anteriores”, esclarece acrescentando que  ”os sintomas inclusive fazem diagnóstico diferencial com doenças como outras Arboviroses, Covid-19, leptospirose, malária, Gripe (Influenza), dentre outras”.

Os especialistas ressaltam que dengue pode variar desde uma doença assintomática – ou seja, sem manifestação de sintomas, até quadros graves com hemorragia e choque, podendo causar morte. Por isso, a orientação é que o paciente busque sempre a consulta médica, pois existem algumas situações que os sintomas acabam evoluindo para as formas mais graves da doença, apresentando sinais de alerta e inclusive levar ao óbito.

O acompanhamento ambulatorial mesmo nos casos mais simples é fundamental para uma avaliação, até encaminhar o paciente para internação em unidade de terapia intensiva nas ocorrências mais graves. Como não existem medicamentos específicos para combater o vírus, nos casos de menor gravidade, quando não há sinais de alarme, a recomendação é fazer repouso e ingerir bastante líquido, como água, sucos, soro caseiro ou água de coco.

PREVENÇÃO

Não existem medidas de controle específicas para o ser humano, já que não existe nenhuma vacina ou droga antiviral. Então, o único jeito de prevenir a doença é o combate ao mosquito da dengue. Para isso, é fundamental manter o domicílio sempre limpo e atentar ao acúmulo de água em locais abertos, evitando assim a proliferação de mosquitos.

Aedes aegypti (Foto: Reprodução Internet)



ZIKA E CHIKUNGUNYA

Além dos casos de dengue, Alagoas também registra crescimento nos casos de zika este ano. Segundo o boletim epidemiológico,

Outra doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que também registrou alta foi a zika. Até 26 de março, eram 78 casos, e uma semana após outros 58 casos foram notificados, na semana seguinte, que terminou no dia 9 de abril, já eram 136 casos da doença.

Em 2021, foram 492 casos de zika e 223 casos de chikungunya. O levantamento não expôs os dados de chikungunya deste ano.

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