Projeto leva cores e cultura ao Mercado do Artesanato em Maceió

Uma intervenção artística tem chamado a atenção de quem visita e trabalha no Mercado do Artesanato de Maceió, localizado no bairro da Levada. A atividade foi executada pelo artista plástico Rafael Santos em toda a fachada do local. A mudança no espaço, segundo artesãos, é benéfica e precisa ser aliada a outras ações como maior incentivo da visita de turistas.

O artista plástico Rafael Santos foi contemplado por meio de edital para a execução da intervenção. Segundo ele, as inspirações vieram da cultura local em mestres do Guerreiro e do Pastoril.

“Para a torre do relógio a ideia era um desenho que transmitisse equilíbrio com essa imagem aí de um rosto com um olhar fixo, concentrado. A gente vive hoje num momento assim bem complicado, com pandemia com questões de guerras. Então eu quis levar uma energia de um desenho e tentar transmitir um pouco isso do olhar focado no horizonte, algo simétrico, equilibrado. Já na parte de baixo a proposta era interligar e trazer elementos locais. Normalmente eu venho sempre fazendo trabalhos que está interligado nessa questão da nossa história, da nossa cultura. Então aí também parte essa intervenção de ter esses personagens da nossa cultura e do nosso folclore”, enfatiza o artista.

Segundo a Prefeitura de Maceió o objetivo do projeto é democratizar o acesso a cultura. Outros espaços públicos da capital alagoana também devem receber intervenções do projeto intitulado ‘Colorir é Legal’, realizado pela Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), como o Mirante de Chã de Bebedouro, Pista de Skate da Pajuçara, Escola Municipal Santos Dumont, Mural na Leste Oeste, quadra pública da Chã de Bebedouro, Escola Municipal Higino Belo no bairro do Farol e Terminal do Benedito Bentes.

Ainda de acordo com a Prefeitura de Maceió, 17 artistas estão envolvidos com as intervenções artísticas executadas em toda a cidade desde o lançamento do edital, em agosto de 2021.

Os valores investidos em cada intervenção dependem do tamanho do espaço a ser pintado. “Cada artista recebe o valor de R$ 120 por m². Sendo assim, varia de acordo com a disponibilidade financeira e do local que receberá a intervenção. No primeiro sorteio, em 2021, cada um dos 12 artistas contempladas pintou o equivalente a 150m²”, explica.

Impacto visual é um dos principais pontos positivos da mudança

O impacto visual tem sido um dos principais pontos positivos da mudança, afirma o artesão Arlindo Monteiro, que trabalha há 32 anos no Mercado da Produção. Mas segundo ele, o espaço precisa de mais apoio do poder público e trade turístico local.

“O Mercado do Artesanato é o maior centro de artesanato do estado. Precisamos de valorização. Atualmente não recebemos nem 5% dos turistas que chegam a Maceió. Os guias muitas vezes querem nos cobrar para trazer turistas aqui, precisamos de um apoio neste sentido para que essas visitas aconteçam de forma gratuita, para que tenhamos ônibus diferenciados fazendo esse trajeto para que o turista conheça as belezas naturais, mas que também tenha a oportunidade de conhecer o nosso trabalho, que é riquíssimo. Aqui estão concentrados os trabalhos de maior diversidade no estado, tem de tudo aqui”, pontua o artesão.

Outro ponto destacado pelo artesão é o acesso ao folclore por meio de apresentações ao público.

“Em todo esse tempo trabalhando aqui, 32 anos, só acompanhei duas apresentações do nosso folclore aqui, e temos uma cultura riquíssima que precisa estar presente, na orla, nos hotéis, grandes eventos para que o público local conheça, porque acaba que as pessoas de fora valorizam mais do que quem é daqui”, destaca.

De acordo com a Secretaria Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes), responsável pela administração dos mercados públicos de Maceió, o Mercado do Artesanato abriga 260 artesãos e outras melhorias devem ocorrer. “O local está passando por um processo de revitalização da estrutura interna e requalificação de todo o entorno”, pontua a secretaria.

Publicidade