Péricles defende governo com participação popular

Candidato pela Unidade Popular (UP) à presidência da República, Leonardo Péricles está em Alagoas desde ontem (6) para divulgar as principais propostas do partido, entre elas revogação das reformas trabalhista e previdenciária, o fim das privatizações, a auditoria cidadã da dívida pública, a redução da jornada de trabalho, o congelamento do preço dos alimentos e o fim da carestia.

A UP defende ainda a defesa das reformas urbana e agrária, tributação socialmente justa com taxação das grandes riquezas e a defesa de uma Assembleia Nacional Constituinte com ampla participação popular.

Em entrevista à Tribuna, Leonardo Péricles reforça que as pautas da legenda estão sendo fortalecidas para resgatar o que ele denomina de programa histórico da esquerda.

“A UP defende uma unidade entre partidos para derrotar Bolsonaro [PL]. Não fomos procurados por nenhum partido de esquerda, mas a questão principal é que a Unidade Popular quer o resgate de um programa de esquerda histórico, que apresenta mudanças estruturais de base socialista para o Brasil e nenhum dos demais candidatos tem defendido isso. A nossa proposta inclusive é derrotar Bolsonaro e ter um segundo turno entre ideias de esquerda, debatendo com Lula”, afirma o candidato.

Leonardo Péricles avalia que a UP é a novidade nas eleições presidenciais. “Nosso projeto tem como objetivo investir nas áreas sociais. Tirar dos muito ricos, suspendendo a dívida pública, que é uma dívida que consome bilhões de reais, praticamente metade do orçamento do país, e que foi contraída contra o interesse do povo. Nós propomos investir esses recursos nas áreas sociais, que tem um orçamento muito maior do que a saúde e a educação, por exemplo. Vamos fazer auditoria dessa dívida e quando nos perguntam se vamos dar calote, quem está levando calote é o nosso povo”, reforça.

O candidato reforça que quem paga imposto no Brasil é a classe trabalhadora, enquanto os ricos não.

“Defendo também a reforma agrária, com uma transformação na nossa agricultura, para que o alimento chegue ao povo e não seja exportado. O agronegócio bate recorde de lucro no Brasil enquanto mais da metade do povo passa fome. Teremos como centro da reforma agrária a agricultura familiar e a agroecologia”, continuou.
Leonardo Péricles disse ainda que, caso seja eleito presidente da República, deverá fazer a reestatização de todas as empresas públicas que foram privatizadas e punir empresas privadas como a Braskem, por cometerem crimes graves, como o afundamento do solo dos bairros de Maceió que tiveram que ser desocupados no que é considerado o maior crime ambiental em zona urbana do planeta.

“Um governo sério não permitiria que uma empresa dessas continuasse cometendo um crime desse tamanho. No governo da UP não vamos aceitar nenhum tipo de injustiça contra o povo, contra nosso patrimônio cultural e nem contra o meio ambiente”, concluiu.

Em Alagoas, o presidente municipal da UP em Maceió, Ésio Melo, explicou que o partido não vai votar “nem no candidato do Arthur Lira e Bolsonaro e nem no candidato do Renan”.

“Estamos fazendo uma discussão em cima de um programa popular para Alagoas, junto a partidos e organizações de esquerda. Não temos ainda uma chapa ao governo e ao senado fechada. À nível de Estado, nossa prioridade será a candidatura de Lenilda Luna à deputada federal e de Vânia Gomes à deputada estadual. A convenção do partido, no período pré-eleitoral, vai definir sobre mais nomes de candidaturas. Nossa aposta é levar à candidatura de Léo Péricles casada com a chapa proporcional em Alagoas”, explicou.

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