Promessa arapiraquense, Douglas Gonçalves teve que interromper carreira após várias lesões

O Jornal de Arapiraca trará a partir desta edição uma série de matérias especiais sobre personagens que marcaram a história do Alvinegro Arapiraca. Técnicos, preparadores, jogadores e torcedores que carregam histórias com o ASA de Arapiraca.

Para esta edição, traremos a história do atacante Douglas Gonçalves  que iniciou sua carreira no Náutico de Recife, mas teve passagem no clube alvinegro na campanha da Copa do Brasil de 2017, que o time arapiraquense conseguiu ir mais longe na competição.

Douglas nasceu e cresceu no povoado Bálsamo, na capital do Agreste alagoano. Desde cedo seus pais, Raimundo e Rosenir, perceberam seu jeito com a bola e investiram para que o menino pudesse se aprimorar.

“Meu pai foi o meu maior investidor, em mim e no meu irmão que também já jogou pelo ASA, sempre acreditou em mim e tirava de onde não tinha para poder comprar uma chuteira. Quando eu vim jogar aqui no ASA realizei um sonho dele, me ver jogando com a camisa do ASA e não perdia um jogo. Inúmeras vezes durante o treinamento eu olhava para a arquibancada ele estava lá”, revelou.

Começou a treinar na escola do professor Ivanildo, arapiraquense que contribuiu na formação de diversos atletas de Arapiraca, aos 11 anos e aos 15 foi convidado por olheiros para treinar na base do Náutico, onde se profissionalizou.

Em Recife, todos se espantavam com o desempenho do atacante. Acostumado a jogar em Arapiraca com pessoas maiores, se destacou e conquistou seu espaço no clube.

“Quando eu cheguei no Náutico, meio assustado, nunca tinha saído daqui de Arapiraca, do sítio Bálsamo, quando eu cheguei em Recife parecia outro mundo. Assim que eu cheguei eu me deparei com outros nove atacantes, minha posição, aí eu pensei ‘E agora?’, eu moleque, com medo, vendo tudo aquilo sendo acostumado a treinar em campo de barro, vez em quando jogava no campo do ASA em campeonatos. Mas consegui me destacar e no terceiro dia de teste eu já estava como titular”, relembrou.

Com o Náutico, conquistou alguns campeonatos, como um torneio em Natal em que foi artilheiro, ainda jogando pelo infantil, com cinco gols em três jogos. Ao retornar do torneio permaneceu no centro de treinamento para treinar junto ao time juniores. Entre 2007 e 2009 conquistou muitos campeonatos pelo time, chegando a jogar pelo time profissional. Durante um dos treinamentos, se lesionou quebrando o fêmur. Arapiraca, como era chamado pelos colegas, passou quase um ano para conseguir se recuperar da lesão e após isso, foi emprestado ao Porto de Caruaru por seis meses, mas para ele a maior fase, pois mesmo com a lesão grave ele conseguiu voltar aos campos com qualidade e foi considerado um milagre. Para superar esse momento se apegou à fé para superar o desafio

“Até eu não acreditava muito que eu ia conseguir ser como antes. O doutor que me operou falou que não tinha certeza se eu podia voltar a jogar porque tinha chances da perna atrofiar, ficar mais curta. Eu ainda não sabia o que eu ia enfrentar, mas eu creio que o Senhor já estava me preparando para o futuro”, contou.

Retornou ao Náutico e participou na campanha de acesso à Série A, passou por diversos times do Nordeste e Sul do país, até mesmo jogou fora do país, nos Estados Unidos, e em 2016 voltou para Arapiraca e realizou o sonho do pai em defender a camisa do alvinegro, como lateral direito, participando das competições como o campeonato alagoano, série C e Copa do Brasil.

No ano seguinte, ao iniciar a série C do campeonato Brasileiro se lesionou mais uma vez e viveu momentos de dor e aflição sem ter um diagnóstico concluído, já que sua perna inchava mesmo sem fazer esforço. Pediu dispensa para se tratar e descobrir a causa de tanta dor. O diagnóstico veio após alguns meses em Recife, Espondilite Anquilosante, um tipo de artrite que intensifica o processo inflamatório e dificulta a recuperação, com isso foi aconselhado a abandonar a carreira para poupar o corpo físico.

“Deus é maravilhoso porque Ele demonstra o amor dele através de várias pessoas. Agradeço muito a Deus pela minha esposa que esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis”, ressaltou.

Aos 27 anos deixou a bola de lado e na fé encontrou novo sentido para a vida, já que até então tinha como ofício o esporte. Faz parte hoje da Igreja como pastor e também tem se aventurado na agricultura ao lado do sogro.

Sobre os planos de um dia retomar o esporte em outra função, Douglas revela que tem o sonho de um dia trabalhar com crianças através de um projeto social que envolve o futebol. Para que meninos como ele possam aprimorar seus dons.

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