Uncisal abre vagas para acompanhamento gratuito a crianças com microcefalia

Um projeto de pesquisa vinculado ao Laboratório de Audição e Tecnologia (Latec) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) foi lançado esta semana. Intitulado “Respostas Corticais Auditivas e o Desenvolvimento Fonológico e Lexical em Crianças expostas ao zika vírus, com e sem microcefalia”, o projeto tem o objetivo de identificar as repercussões da síndrome congênita do zika vírus na audição, na linguagem e na cognição das crianças.

De acordo com o coordenador do projeto, professor Pedro de Lemos Menezes, “a pesquisa vai ajudar a compreender, de forma mais detalhada, as repercussões dessa síndrome nas populações referidas para que possam ser tomadas medidas de políticas públicas para a saúde”.

Em função disso, serão disponibilizadas vagas para atendimento gratuito especializado destinado ao tratamento de três públicos: crianças com microcefalia infectadas pelo vírus da zika; crianças sem microcefalia (expostas) cujas mães foram comprovadamente infectadas pelo vírus da zika na gestação; e crianças normais sem exposição ao vírus da zika.

A ação oferece, gratuitamente, um acompanhamento das crianças com avaliações multiprofissionais e exames de tecnologia avançada. As crianças passarão por avaliação auditiva completa, avaliação cognitiva e avaliação do desenvolvimento da linguagem. Os exames serão realizados por audiologistas, psicólogos e profissionais da linguagem, além do apoio de uma equipe de suporte.

“Terminado o processo de avaliação, a criança recebe todos os exames e encaminhamentos necessários”, completou Menezes. Ainda segundo ele, os resultados da pesquisa vão servir para alertar a população para que tenham atenção especial em relação às crianças.

PESQUISA E INSCRIÇÕES

O Projeto de Pesquisa é uma parceria entre a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, a Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto) e a Universidade Vanderbilt (EUA). Participam do projeto os pesquisadores Pedro de Lemos Menezes e Kelly Andrade (Uncisal); Ana Cláudia Figueiredo Frizzo (colaboradora da Unesp); Adriana Anastásio e Juliana Cavalcante (USP – Ribeirão Preto); e Linda Hood e Alexandra Key (EUA).

Na primeira fase do projeto, foram realizados exames em 25 crianças com microcefalia, 15 crianças expostas ao vírus e 20 crianças sem contato com a doença. “Depois da renovação do projeto, o foco será nas crianças expostas, pois foram encontrados alguns casos nos quais elas apresentavam atrasos no desenvolvimento cognitivo e essa descoberta precisa ser aprofundada”, concluiu Pedro de Lemos Menezes.

A transmissão vertical do Zika Vírus (ZIKAV) pode ocorrer por líquido amniótico contaminado em contato com o feto durante a gravidez, o que, neste caso, pode causar graves danos neurológicos por transmissão perinatal ou quando a mãe é infectada pelo ZIKAV durante a gravidez e passa para o recém-nascido. As anormalidades neurológicas aparentes no exame dessas crianças incluem hipertonia, hipotonia, espasticidade, hiperreflexia, irritabilidade grave e convulsões. Além disso, mesmo que nenhuma lesão coclear seja encontrada, a própria condição de comprometimento das lesões corticais e subcorticais pode levar a distúrbios centrais.

Para participar de avaliações gratuitas, as inscrições podem ser feitas pelo Whatsapp (82) 9980-8986, até o dia 10 de agosto.

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