Pode até ter algum postulante ao seu cargo, no próximo ano, mas só para constar, já que ele conquistou a condição de franco favorito a permanecer onde está.
Em menos de quatro anos, o ex-vice-governador Luciano Barbosa, tratado com deboche (“autista”) por vários palacianos da era Renan Filho, virou o jogo e calou seus adversários, mesmo os mais poderosos.
Em 2020, quando anunciou que se recusava a se aposentar na vida política e que disputaria a prefeitura de Arapiraca, o “Luciano dos teclados” virou alvo da artilharia calheirista – na base da guerra total.
“Traidor” é o adjetivo mais ameno – e publicável – dedicado a ele por Calheiros e calheiristas. Com a força que mantinha – e mantém – na Justiça Eleitoral de Alagoas, o senador conseguiu barrar a candidatura de Barbosa, seu fiel aliado e sócio político. Escalou seus homens de confiança para atuarem in loco na convenção do MDB de Arapiraca (hoje arrependidos de participar da patacoada).
Só que o ainda vice-governador reagiu: com a ajuda de Arthur Lira, ele reverteu o jogo em Brasília e conseguiu uma vitória espetacular.
Já no mandato, Luciano Barbosa foi alvo do ataque sem tréguas da oposição municipal, que chegou – com o apoio do Palácio e dos Calheiros – a ter onze dos dezenove vereadores arapiraquenses.
De novo, o prefeito conseguiu barrar a ação dos palacianos e agora conta com 17 vereadores na sua base do Legislativo.
Ao seu lado, além de Lira, o prefeito conta de novo com o apoio de Calheiros e Dantas e não tem, praticamente, mais oposição em Arapiraca.
Se quiser, sai do MDB e se reelege em qualquer legenda, mas deve permanecer onde está, até para mostrar quem pode muito não pode tudo – nem mesmo em Alagoas.
Os ex-inimigos de ferro e fogo voltaram a ser “irmãos”, como convém aos do ramo. Se precisarem chorar, publicamente, lágrimas de sangue e de arrependimento, eles o farão.
(De há muito terceirizaram o suicídio político.)
Fonte : Blog Ricardo Mota