De janeiro a setembro deste ano, Alagoas teve 670 registros de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. O número é a soma dos registros em todas as portas de atendimento, localizadas no Hospital Geral do Estado (HGE), Hospital da Mulher (HM), Hospital Regional do Norte (HRN), Hospital de Emergência do Agreste (HEA), Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS), bem como, no Complexo de Delegacias Especializadas (Code).
Durante o atendimento às vítimas de violência sexual, são disponibilizados serviços de profilaxia das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), anticoncepção de emergência e coleta de vestígio. Também é assegurado o aborto previsto em lei, exames laboratoriais, assessoria jurídica, grupos de apoio e acompanhamento médico e psicossocial, que se estendem por até seis meses após a violência.
A gerente operacional da Rede de Atenção às Violências (RAV), enfermeira Thaylise Brito, destaca a importância de um acolhimento especializado desde os primeiros atendimentos. “Quando uma criança ou adolescente vítima de violência sexual chega até a RAV, tem acesso a psicólogos, psiquiatras, pediatras, ginecologistas, enfermeiros, exames com peritos do IML [Instituto Médico Legal] e até o apoio da Polícia Civil. Toda essa rede garante que o dano sofrido seja minimizado durante o ciclo de vida dessas pessoas”, pontua.
Thaylise Brito explica, também, que a RAV, instituída pelo decreto nº 89.437 de 28 de fevereiro de 2023, visa a prevenção, identificação, assistência, monitoramento e avaliação das violências às populações vulneráveis no Estado. “As ações governamentais da RAV são executadas com o objetivo de enfrentar as violências, de forma a facilitar o acolhimento seguro, assistência qualificada, escuta especializada, eficiente, eficaz e não revitimizadora”, enfatiza.
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, salienta a importância da RAV para crianças e adolescentes vítimas de violência. “Mesmo com a atuação das forças de segurança pública e campanhas de prevenção, a violência contra criança e adolescente ainda é uma realidade em nosso Estado. Por isso, precisamos garantir um acolhimento humanizado às vítimas, para que elas possam receber tratamento e orientações adequadas. E a RAV faz toda diferença nesse acolhimento, garantindo um atendimento especializado, reforçando, ainda mais, o cuidado do Estado com a população”, disse o gestor da saúde estadual.
*Com Ascom Sesau