Quando os espaços públicos são tomados pela cultura local encontram a raiz das suas identidades, resgatam costumes e impulsionam o desenvolvimento social e econômico nas diversas regiões do estado. Todos que apreciam ganham vida com atividades de qualidade e se tornam verdadeiros palcos de convivência e aprendizado. Assim têm sido nas sete regiões que foram percorridas no Circuito de Feiras da Agricultura Familiar e Economia Solidária em Alagoas. 

Promovido pelo Governo de Alagoas e realizado pelas Secretarias de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics), em parceria com a Unicafes/AL e apoio das prefeituras municipais, o circuito promove o encontro entre agricultores familiares e a população visando gerar visibilidade do trabalho no campo e fortalecer laços comunitários.

A agricultura familiar é um dos pilares da produção de alimentos no Brasil, sobretudo em Alagoas, compreendendo 50% da produção da agricultura familiar em todo o país. O indicativo reforça o compromisso na continuidade de fortalecer e fomentar a produção local através de programas de inclusão produtiva e assistência técnica oferecidos pela Seagri.

O Circuito de Feiras já demonstrou um alcance expressivo, chegando a sete regiões de Alagoas e se consolida como um modelo eficaz de distribuição de alimentos e produção local para geração de renda. Mais de 90 empreendimentos individuais e associações já tiveram a oportunidade de expor produtos vindo diretamente do campo para mesa dos alagoanos, em meio a épocas de plantio e colheitas da terra. 

A preocupação com a qualidade e a saúde pública é prioridade para quem cultiva e colhe o alimento. Para Afonso Marinho, agricultor do acampamento Maria Leonora em Delmiro Gouveia, a produção de alimentos saudáveis é uma questão de saúde pública. “Oferecer alimento saudável, em quantidade e qualidade, para que todos tenham uma segurança alimentar”. As feiras também são uma vitrine onde os produtores têm a oportunidade de expor os produtos, comercializar sem atravessadores e usar o retorno para reinvestir na produção. “Eu sou produtor, colho e levo direto para vender ao consumidor final”, explica, destacando a relevância da venda direta.

Segundo a secretária de Estado da Agricultura e Pecuária, Aline Rodrigues, a meta, é expandir a venda direta dos produtos alagoanos sejam eles in natura, agroindustrializados ou artesanatos para setores como o de hotelaria, bares e restaurantes, ampliando o acesso a tudo que é produzido em Alagoas, “O Circuito de Feiras tem um papel agregador, é um espaço de reconhecimento do trabalho dos agricultores familiares e uma forma de criar possibilidades para a abertura de novos negócios para a comercialização da produção”, explica. 

As feiras do circuito representam um espaço de reconhecimento e valorização do trabalho dos agricultores familiares e empreendimentos individuais. A iniciativa também promove a garantia da segurança alimentar através das ações do programa Alagoas Sem Fome. 

O sucesso da iniciativa mostra que a estratégia de levar às feiras para perto do consumidor, sem intermediários, é um caminho promissor para democratizar o acesso a produtos frescos e saudáveis. O agricultor Afonso Marinho compartilha o orgulho do resultado do seu trabalho. “O nosso objetivo é produzir o alimento para que o alimento chegue para o consumidor por um preço justo e de qualidade”, afirma. A iniciativa beneficia tanto a população que usufrui da programação da feira, quanto os produtores, que usufruem do canal direto para comercializar as mercadorias e gerar renda de forma orgânica. 

A capilaridade do Circuito de Feiras é exemplo de como a produção da agricultura familiar é direcionada para atingir múltiplos objetivos que vão desde a geração de renda local para atingir a soberania alimentar até à valorização do trabalho do campo.

Além disso, a integração dos serviços estaduais do Instituto de Terras e Reforma Agrária (Iteral), o Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater/AL) e a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) trabalham para oferecer suporte técnico ao produtor e verificação da qualidade dos produtos, em todas as etapas, desde a regularização das terras até a comercialização de produtos inspecionados.

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