Como parte da campanha “24 horas pelo Diabetes”, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) se uniu à mobilização nacional para conscientizar sobre a prevenção, o diagnóstico precoce e o controle do diabetes.

A iniciativa, encampada pelo Departamento de Saúde e Qualidade de Vida do TJ/AL, reforça o tema da Federação Internacional de Diabetes para 2025, “Diabetes e bem-estar”, com foco no ambiente de trabalho.

A médica endocrinologista do TJ/AL, Benigna Fortes, destaca que a maioria das pessoas com diabetes está em idade produtiva, o que reforça a importância do suporte institucional.

“Segundo estimativas da Federação Internacional de Diabetes, um em cada nove adultos é portador da doença, e mais de 40% desconhecem o diagnóstico”, ressalta Benigna. A especialista detalha pontos essenciais sobre a doença, desde os sintomas até o tratamento e a prevenção.

Sintomas

O diabetes tipo 2, o mais prevalente, costuma ser silencioso, o que dificulta a percepção dos sintomas. “É uma doença que avança de forma discreta, geralmente acompanhada de hipertensão, obesidade e esteatose hepática. Por isso, o rastreamento é fundamental”, explica a médica.

Já o tipo 1, mais comum entre crianças e adolescentes, apresenta sinais mais evidentes. “Emagrecimento acelerado, sede excessiva, aumento da urina, debilidade física e fome intensa são sinais que devem chamar a atenção”, alerta.

Diagnóstico precoce

O diagnóstico antecipado é decisivo para evitar complicações. “A glicose alta por muito tempo pode afetar o coração, cérebro, rins, nervos, pés e a visão. E essas lesões começam sem sintoma”, explica a endocrinologista.

Ela destaca a importância dos exames de rotina, como a glicemia e a hemoglobina glicada. “Quando detectamos a condição de pré-diabetes, já podemos intervir com mudanças no estilo de vida, o que pode evitar a progressão da doença”, afirma.

Fatores de risco

Diversas condições aumentam o risco de desenvolver diabetes tipo 2, entre elas: obesidade, sedentarismo, histórico familiar, hipertensão, colesterol elevado, síndrome dos ovários policísticos e diabetes gestacional.

“A idade também é um fator. Pessoas com mais de 45 anos têm mais chances, mas hoje já se recomenda iniciar o rastreamento a partir dos 35 anos em indivíduos com sobrepeso”, destaca a médica.

Complicações

O descontrole do diabetes pode trazer consequências graves. “Há risco de infarto, acidente vascular cerebral, lesões renais que podem evoluir para hemodiálise, lesões nos pés com risco de amputações e comprometimento da vida sexual e da disposição física”, explica Benigna Fortes.

A médica também chama atenção para os efeitos oculares da doença. “O diabetes pode causar retinopatia diabética, além de aumentar o risco de catarata e glaucoma. E como essas alterações inicialmente não apresentam sintomas, o acompanhamento oftalmológico é indispensável”, orienta.

Prevenção e tratamento

A principal recomendação para prevenir e tratar o diabetes é investir no estilo de vida. “Alimentação equilibrada, atividade física regular com meta mínima de 150 minutos por semana, parar de fumar, reduzir o consumo de álcool e manter uma boa qualidade de sono são atitudes fundamentais”, enfatiza.

O acompanhamento médico periódico é essencial. “Os pacientes devem manter as vacinas em dia, monitorar pressão arterial, checar rins, olhos e pés regularmente. O tratamento é individualizado e feito por profissionais especializados”, conclui.

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