O avanço da maré no povoado de Barra Nova, em Marechal Deodoro, que voltou a causar transtornos a moradores e comerciantes da região devido as fortes marés dos últimos dias, derrubando um muro de contenção instalado na orla lagunar pela Prefeitura, que foi destruído pela força do mar, além de ter invadido casas, com destruição de muros e de piscinas, e estabelecimentos comerciais, apesar de ser um problema de erosão marítima antigo, que se agrava em momentos de maré alta e ondas mais fortes, tem sim solução.
No povoado Barra Nova, que é conhecido pelo fato da boca da barra, a cada ano, se abrir em um local diferente, causando enormes prejuízos, já apresentou casos de sucesso na proteção costeira. O povoado, na Ilha de Santa Rita, um caso inédito de recuperação de praia no Brasil, que está completando 17 anos, virou referência mundial em proteção costeira. Não somente por devolver a Prainha para a população do povoado, bem como pela formação da berma, a vegetação de restinga, formação do campo de dunas e a restauração da fauna e da flora no local. A obra, que foi construída a 17 anos pelo engenheiro Marco Lyra, usando o dissipador de energia bagwall, recuperou mais de 700 metros de terra.
Mas é preciso voltar ao passado para entender. A famosa antiga Prainha, na Barra Nova, bastante conhecida pelos maceioenses, foi sempre um local de muitos bares, atividades náuticas e gastronomia regional. Mas muita coisa mudou desde 2009, quando moradores e comerciantes decidiram intervir, numa região que já vinha apresentando instabilidade desde as obras de construção do condomínio Laguna. Naquele ano uma grande enchente elevou o nível da lagoa e alagou boa parte do povoado. A população, então, resolveu abrir um “canal” para que a água escoasse para o mar. Mas, o que eles não sabiam é que esta atitude provocaria danos maiores no futuro e aceleraria o fim de uma das belezas naturais do Litoral Sul.
Dois anos antes, em 2007, o início de uma obra chamaria a atenção, já que tinha o objetivo de conter o avanço do mar e da lagoa na região. Assim, a recuperação natural da Prainha, na Barra Nova, se tornou tema de estudo, porque apenas 9 anos depois da intervenção com o dissipador de energia bagwall ocorreu uma engorda natural, e com a berma formada, ocorreu a formação de campo de dunas e ressurgimento da vegetação de restinga.
Onde antes era um istmo, hoje existe uma laguna, que é um caso inédito de recuperação de praia no Brasil. O engenheiro civil Marco Lyra, CEO da Ocean Protections, que instalou o dissipador, comemorou o sucesso da obra, uma das mais longevas de Alagoas. O projeto para conter o forte avanço do mar, tem chamado a atenção, porque no registro atual, é possível verificar que a obra continua funcionando perfeitamente após 17 anos da sua construção no local que tanto sofria com a erosão costeira.
O monitoramento de pós-obra do dissipador continua sendo feito, inclusive, por equipe multidisciplinar. “O que aconteceu e ainda acontece, é que a formação da berma, a vegetação de restinga, formação do campo de dunas e a restauração da fauna e da flora no local, é evidente, já que a obra de proteção costeira devolveu à prainha para a população da Barra Nova´´, afirmou o engenheiro.