Com o objetivo de atender crianças traqueostomizadas, o Projeto Respirar, primeiro ambulatório de vias aéreas pediátricas do Estado, atendeu 140 pequenos pacientes entre os meses de fevereiro a agosto deste ano. O serviço gerenciado e custeado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), com o apoio da Secretaria de Estado da Primeira Infância (Secria), funciona no Hospital da Mulher (HM), no bairro Poço, em Maceió.
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, ressaltou que o projeto é extremamente desafiador, porque os especialistas atuam nas UTIs evitando a traqueostomia infantil. “O impacto negativo de uma traqueostomia em uma criança é enorme, porque muitas vezes ela para de falar, não consegue se alimentar corretamente, não sente cheiro, a cognição pode ficar muito atrasada. Por isso, todo o nosso esforço para criar este serviço e evitar este problema”, frisou.
O cirurgião torácico Wander Mattos, salientou que o Projeto Respirar conta com atendimento realizado por meio de uma equipe multidisciplinar, que mantém uma linha de cuidado completa às crianças. “É a primeira vez que Alagoas consegue manter uma linha de cuidado completa, atuando em UTIs, com o intuito de evitar as complicações relacionadas às doenças obstrutivas das vias aéreas. Ele também oferece amparo às crianças, até que consigam viver sem a traqueostomia”, destacou o médico.
O profissional também demonstrou alegria em testemunhar a mudança de vida de tantas crianças beneficiadas com esta importante assistência médica em Alagoas. “Mudamos a vida destas crianças, evitando a traqueostomia ou realizando cirurgias de alta complexidade que dão a elas as condições de viver sem a traqueostomia. Com isso, elas têm uma vida digna novamente. Voltam a falar, desenvolver cognição, a ter olfato e a ter uma vida digna, o que é próprio de uma criança”, frisou.
Beneficiada
Maria Eduarda é mãe da pequena Marília, de 3 anos de idade, que vem sendo acompanhada pela equipe do Projeto Respirar e passou pelo procedimento de traqueostomia. “Deus mostrou a nova possibilidade de Marília viver melhor, através da equipe do Projeto Respirar, porque ela tinha muitas crises, ficava roxinha e não tinha uma boa qualidade de vida. Só tenho a agradecer a equipe desse projeto tão abençoado, por poder proporcionar qualidade de vida para minha filha”, comemorou.