Um levantamento realizado pela Serasa Experian revelou que Alagoas apresentou uma taxa de recuperação de 58,2% das dívidas negativadas no período de maio de 2024 a abril de 2025. O índice leva em consideração as quitações ou renegociações feitas em até 60 dias após a negativação. Embora o número seja significativo, o estado ficou abaixo da média regional do Nordeste, que atingiu 62,1%, com destaque para os estados do Ceará (67,8%) e Sergipe (65,9%).
Em nível nacional, o índice de recuperação foi de 59,3% em abril de 2025, refletindo uma tendência de recuperação de crédito mais moderada.
O estudo também revelou que dívidas de maior valor, acima de R$ 10 mil, são regularizadas mais rapidamente. Já os débitos menores apresentaram índices de recuperação próximos, com 58,8% para valores de até R$ 1.000, 58,7% para débitos entre R$ 1.000 e R$ 2.000 e 56,8% para valores que variam de R$ 2.000 a R$ 10.000.
Outro dado relevante do levantamento foi a comparação entre os meios de comunicação utilizados para notificar as dívidas. As dívidas notificadas por canais digitais tiveram uma taxa de recuperação de 67,4%, significativamente superior aos 48,4% de dívidas comunicadas por carta. Esse dado destaca a crescente eficácia das plataformas digitais na resolução de pendências financeiras.
Recuperação de crédito
De acordo com Camila Abdelmalack, economista-chefe da Serasa Experian, a recuperação de crédito se tornou um desafio, apesar de um mercado de trabalho mais aquecido e o aumento do rendimento médio. Ela aponta o acúmulo de pendências e o ritmo acelerado da concessão de crédito em 2024 como fatores que dificultam a renegociação. Além disso, as condições econômicas mais restritivas também têm agravado esse cenário.
A análise da Serasa Experian aponta para um cenário de recuperação de crédito mais complexo, onde, apesar dos avanços, fatores como a alta oferta de crédito e a dificuldade de muitos consumidores em regularizar suas pendências continuam a afetar o processo.