O professor Helber Barros Gomes, coordenador do Laboratório de Dinâmica da Atmosfera e Clima, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é um dos indicados pelo Governo de Alagoas para compor o Comitê Científico de Monitoramento e Enfrentamento das Emergências Climáticas, instalado pelo Consórcio Nordeste. A reunião de lançamento do Comitê aconteceu em Brasília (DF), no dia 17 deste mês, sendo composto por dois representantes de cada estado do Nordeste.
A sugestão de participação do professor, representando Alagoas, foi feita ao governador Paulo Dantas pelo reitor da Ufal, professor Josealdo Tonholo. “A instalação deste comitê representa um marco importante para o enfrentamento das emergências climáticas e seus impactos, não apenas nos estados, mas também sobre o bioma Caatinga, um dos ecossistemas mais ameaçados do Brasil, presente em aproximadamente 70% da área do Nordeste”, destaca o professor Helber Gomes.
O pesquisador é formado em Meteorologia pela Ufal e fez mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa dele é relacionada à dinâmica da atmosfera. Helber Gomes avalia que o Comitê terá um papel fundamental para subsidiar assessoramento técnico especializado em todos os estados consorciados. “Além de promover cooperações e desenvolver políticas públicas que fortaleçam a resiliência climática da Região Nordeste”, ressalta o professor.
Sobre a reunião de instalação do Comitê, Helber informa que o tema central foi a criação e aplicação de estratégias para auxiliar os governadores dos estados consorciados na tomada de decisões frente aos impactos das mudanças climáticas. “Como encaminhamento, ficou estabelecido que cada estado, por meio de seus dois representantes, realize um diagnóstico preliminar, em âmbito estadual, do que já existe, público e funcionando, para o monitoramento do clima que possa indicar emergências climáticas”, disse o pesquisador.
Segundo Helber, esse primeiro diagnóstico tem a proposta de identificar as fragilidades e carências nos setores institucionais responsáveis. “Vamos considerar os aspectos técnicos e as políticas públicas existentes para o monitoramento e enfrentamento das emergências climáticas no estado, bem como os grupos de pesquisa acadêmicos envolvidos no tema”, relatou o professor da Ufal.
Na reunião, o professor Helber destacou algumas questões científicas que vem desenvolvendo e que podem ser aplicadas no monitoramento e previsão de eventos extremos na região Nordeste, utilizando modelos atmosféricos em escala regional e global, como enchentes, secas, ondas de calor e queimadas. “Além disso, enfatizei a importância da aplicação de técnicas de aprendizado de máquina para integrar dados climáticos com dados de saúde, áreas degradadas, desastres naturais, e aspectos socioeconômicos, com o objetivo de criar ações mais efetivas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas e mitigar seus impactos”, relacionou o pesquisador.
Sobre o Consórcio Nordeste (com informações do site do Consórcio)
O Consórcio Nordeste, criado em 2019, é uma autarquia interfederativa instituída pela congregação dos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, “para ser o instrumento jurídico, político e econômico de integração dos nove Estados”. O Consórcio tem o propósito de promover o desenvolvimento sustentável e, por isso, vem desenvolvendo e aprimorando alguns instrumentos de gestão, como o de “realizar estudos técnicos e pesquisas, elaborar e monitorar planos, projetos e programas”.
Helber Gomes ressalta que o Consórcio Nordeste desempenha um papel fundamental na articulação entre os estados, promovendo a cooperação e o compartilhamento de recursos e informações. “As universidades, por sua vez, trazem a expertise científica, reunindo especialistas nas áreas de Meteorologia e Ciências Ambientais que contribuem com pesquisas e análises essenciais para embasar as decisões governamentais”, destaca o professor.
O Comitê será coordenador pela geóloga e professora titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Olívia Maria Cordeiro de Oliveira, e vai promover reuniões periódicas com os governos estaduais do Nordeste “para fornecer informações técnicas especializadas de forma contínua e estruturar políticas públicas que ajudem a região a enfrentar as emergências climáticas, como secas e enchentes”, finaliza Helber Gomes.