Com a arroba do boi estabilizada entre R$ 225 e R$ 230 e a do bezerro a R$ 280, a pecuária alagoana aposta em dias melhores diante da reação do mercado nacional, com o aumento de preços em quase todas as regiões do país. Segundo os criadores, pensando em um futuro próximo, o momento atual é considerado ideal para investir na pecuária de corte, aproveitando a temporada de leilões e shoppings para a aquisição de animais.
“Quando aumentam os preços no Sul, Sudeste e até na região Norte, consequentemente, em algum momento, essa tendência também chega aqui em Alagoas. Estamos em um momento muito bom para a compra de bezerros, animais de genética. Em um ano, deveremos ter preços diferentes dos praticados atualmente. É a hora de aproveitar os leilões para adquirir animais bons, visando um futuro próximo com preços melhores”, afirmou o pecuarista Antônio Brandão.
De acordo com o criador, a pecuária conta com um ciclo permanente de altas e baixas. “Quando um bezerro está caro, todo mundo quer produzir bezerro, aumentando muito o número de vacas e bezerros. Mais à frente, haverá uma sobra de oferta, gerando um momento de baixa. Os criadores, quando passam por alguns anos ruins, começam a diminuir o número de vacas, gerando a falta de bezerros. Estamos passando por esse momento na atualidade. Agora, após três anos de abates de vacas, onde muitos criadores deixaram a pecuária para se dedicar à agricultura, começou a se firmar o preço do bezerro no mercado e também do boi”, destacou.
Segundo Brandão, Alagoas recebe muitos animais de outros estados. “Se começar a chegar um gado mais caro aqui, o nosso também vai começar a subir de preço. Até o fim do ano, com certeza, teremos um preço maior do que o atual. É o momento de renovar a vacada, descartando as mais velhas e menos produtivas e se preparando para o futuro, substituindo-as por bezerras e tendo mais produtividade. Em momento de crise, temos que agir com inteligência”, ressaltou.
De acordo com o também criador Celso Barros Correia, a pecuária começa a sair de um ciclo de baixa, dando início a um viés de alta. “Este cenário é visto em todo o país, diante dos dados de consultorias. Este viés de crescimento não muda mais. Afinal, mudou a tendência com base na escassez de oferta e no boi magro valorizado. A reposição difícil começa a valorizar na ponta, que é o boi gordo, diminuindo a oferta. Isso é a lei de mercado. Tem que passar por esse ciclo com serenidade. O momento mais inteligente para se investir em cria é agora, que passamos pelo viés de transição. Ano que vem, o preço pode estar o dobro, com a comercialização ocorrendo em outro patamar”, afirmou.
Segundo ele, Alagoas sempre teve uma preocupação com a questão do melhoramento genético do rebanho. “Como a pecuária ocupa pequenas áreas, obrigatoriamente ela tem que ser eficiente. Se não há espaço, tem que haver resultados. O estado sempre teve bons selecionadores de nelore e de outras raças zebuínas. A eficiência e a determinação têm que ser maiores do que o momento, que é transitório. A pecuária já passou por diversas crises, como seca, preços baixos e ciclos pecuários. Fazer o certo e o melhor é a sobrevivência”, destacou.