Centenas de pacientes oncológicos que precisam completar o tratamento com medicamentos distribuídos pela Santa Casa de Maceió reclamam do processo para conseguir os remédios. Segundo os usuários, a cada mês precisam fazer novamente o cadastro.
Uma das pessoas que se sente prejudicada é Antônio Domingo dos Santos. Mensalmente, ele procura a unidade hospitalar para pegar o medicamento Anastrozol para sua mãe.
“Pode dizer que é um dia perdido. Chego antes das 7 da manhã. Quando o atendimento começa, eles distribuem uma ficha provisória. Somente horas depois, por volta das 13 horas, entregam a senha que realmente tem validade para fazer o cadastro. Ai já fica uma desorganização. As pessoas agoniadas, cada uma tentando pegar o remédio para seu parente ou para si mesmo. Isso é uma penitência, aí depois a gente ainda tem que ir à farmácia da Santa Casa. Isso é um massacre. Cada senha é chamada pelo menos umas três vezes, do primeiro atendimento até recebermos os medicamentos”, detalhou.
De acordo com Antônio Domingo, as pessoas até adoecem de tanta angústia no dia de pegar o remédio.
Irmã de uma paciente, Ana Rosa Silva vem de Capela para conseguir dar continuidade ao tratamento medicamentoso. “Deixo minha irmã sozinha em casa, com alimentação e água perto. Ela está muito fragilizada. Não temos mais ninguém. Somos apenas eu e ela. E pode dizer que pelo menos um dia na semana passo praticamente os dois horários envolvida nessa demanda. Esse atendimento devia ser mais rápido e melhor”, reclamou.
A Santa Casa de Maceió informa que atualiza, periodicamente, seus processos internos para seguir com o compromisso de ofertar o melhor atendimento aos pacientes oncológicos de Alagoas. Atualmente, a instituição filantrópica é responsável por atender 77% dos casos de câncer da capital, e 56% dos pacientes em todo o estado, pelo SUS.